O MEDO DE DESEJAR
Quando beijo a tua nuca
E as tuas costas desnudas
Vejo nos teus arrepios
Um sinal de que os meus desejos
Não são desejos solitários
São desejos cúmplices
Que se olham e se desejam
E se deleitam em se olhar.
Desejos acompanhados de arrepios mútuos
Tangidos por fogo intenso
Que nos queima sob a nossa pele
E nos deixam trêmulos
Entre o renitente e o reticente.
Esbarramos nos nossos medos
De um prazer sem limites
Medo do prazer que vicia
Medo da fragilidade que nos ronda
Medo da vulnerabilidade à dependência
- Independência ou prazer! Volúpia!
Medo de sermos objetos de uso
Medo do mau uso que alguém possa fazer de nós.