TEM-ME UMA DESGRAÇA
Tem-me uma desgraça
até emurchecer-me como flor
nem aberta ao tempo
da vida em primavera:
Obrigaram-me os deuses
a ser poeta vivo e nem poeta
morto sou: apenas moribundo.
É por isso que os meus poemas
são também esmorescentes.
Peço perdão, mas a desgraça
foi-me incutida contra a minha vontade:
É por isso também que continuo a poetar atolado.