DESABAFANDO COM OS PÁSSAROS

DESABAFANDO COM OS PÁSSAROS

Os caminhos são tão longos, Caminheiros!

A estrada tão comprida

Para quem vive no mundo, Caminheiros,

Uma vida desvalida.

E de vida desvalida, Caminheiros!

Eu entendo muito bem.

Pois assim é minha vida, Caminheiros!

Uma vida de ninguém.

Uma v i d a que não vale, Caminheiros,

A pena, aqui, lhes contar.

Da qual, é melhor que eu cale, Caminheiros!

Pra não faze-los chorar.

Uma v i d a desvalida, Caminheiros!

Que ninguém jamais tentou

Saber se era mesmo vida, Caminheiros!

Saber se tinha valor.

Uma v i d a só de dores, Caminheiros!

E lágrimas para regar

As dores, como se, flores, Caminheiros...

Fossem! E não deixar murchar.

Mas, como não pode ser, Caminheiros,

De outra forma, o meu caminho,

Eu sigo como um pássaro, Caminheiros,

Que perdeu, cedo, o seu ninho.

Um pássaro que, sem carinho, Caminheiros,

Sem quem o ensine a voar,

Vai-se perder no caminho, Caminheiros!

Ou deixar-se aprisionar.

Aprisionar-se por alguém, Caminheiros,

Sem coração,sem amor,

Que não sabe o que é o BEM, Caminheiros!

E nem liga pra sua dor.

E p’ra quem, preso ficou, Caminheiros,

Nesta vida, sem amor,

A estrada da vida é longa... Caminheiros!

Longa e sem qualquer valor.

Rosa Regis

Natal/RN – 2001.

Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 26/09/2008
Código do texto: T1198034
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