DESABAFANDO COM OS PÁSSAROS
DESABAFANDO COM OS PÁSSAROS
Os caminhos são tão longos, Caminheiros!
A estrada tão comprida
Para quem vive no mundo, Caminheiros,
Uma vida desvalida.
E de vida desvalida, Caminheiros!
Eu entendo muito bem.
Pois assim é minha vida, Caminheiros!
Uma vida de ninguém.
Uma v i d a que não vale, Caminheiros,
A pena, aqui, lhes contar.
Da qual, é melhor que eu cale, Caminheiros!
Pra não faze-los chorar.
Uma v i d a desvalida, Caminheiros!
Que ninguém jamais tentou
Saber se era mesmo vida, Caminheiros!
Saber se tinha valor.
Uma v i d a só de dores, Caminheiros!
E lágrimas para regar
As dores, como se, flores, Caminheiros...
Fossem! E não deixar murchar.
Mas, como não pode ser, Caminheiros,
De outra forma, o meu caminho,
Eu sigo como um pássaro, Caminheiros,
Que perdeu, cedo, o seu ninho.
Um pássaro que, sem carinho, Caminheiros,
Sem quem o ensine a voar,
Vai-se perder no caminho, Caminheiros!
Ou deixar-se aprisionar.
Aprisionar-se por alguém, Caminheiros,
Sem coração,sem amor,
Que não sabe o que é o BEM, Caminheiros!
E nem liga pra sua dor.
E p’ra quem, preso ficou, Caminheiros,
Nesta vida, sem amor,
A estrada da vida é longa... Caminheiros!
Longa e sem qualquer valor.
Rosa Regis
Natal/RN – 2001.