CILADA
CILADA
Paulo Gondim
24/09/2008
O que faço de mim, se não me sinto,
Se não me encontro, se não me vejo?
Se essa busca constante não tem fim?
Se essa insegurança corre com o desejo
De que meus pés possam se firmar enfim?
E assim eu sigo nessa cega caminhada
Ofuscada pela neblina da dúvida
Perdida na névoa da incerteza
O ponto de chegada é marcado pela solidão
E o que faço de mim na hora da chegada?
Terei os pés no chão e alma acalmada?
O será um simples fim de uma caminhada
Que restou em vão, que não levou a nada.
E o que faço de mim nessa encruzilhada
Continuo andando ou faço uma parada?
A vida me cobra e me mostra essa cilada
Já não sei de mim, já não creio em nada.