Mutável
Muitas vezes disseram-me que sou mutável,
Sem entenderem que a necessidade criou essa mutabilidade.
Quando quero, sou leve brisa, que beija a folha que se desprende,
Quando choro, sou tal vento que uiva nas ravinas,
Quando sofro, sou vendaval que se perde no tempo.
Me acalmando ou me agitando, não mais me detenho.
Posso ser um suspiro sereno, ou vento de tempestade,
Mas assim sou eu...
Força imprevisível que adormece e acorda,
Brisa que refresca ou tufão que destrói...
E é por causa dessa mutabilidade,
Que de mim sinto tanta saudade...
Foi por este fardo de dias inconstantes,
Que meu sentir foi encarcerado...
Desiludido, cansado...
Não sei se amo - Não como antes...