TUDO PODE PASSAR
TUDO PODE PASSAR
(Sócrates Di Lima)
Estou em terras de ninguém
Abro-me ao peito,
sem jeito, me entrego ao nada,
na busca de um tudo...
Entrego-me ás margens de tua ira...
que suspira e me tem á tua mira.
E sinto que me feres com o teu desprezar...
Distância letal...
Tudo pode passar.
Tu fazes do teu ser próximo,
A imagem longa, um paradoxo.,
Imagem distorcida...
Um vulto nas dunas,
num deserto ardente...
Vêm... vem queimar esse meu corpo frio...
Morto, mórbido, intrépido calafrio.
Pelo amor que tu deixastes fenecer...
Encontrastes na miragem do teu tempo..
Um transeunte fugaz...
Que o tempo, de tudo foi capaz...
Até de me tirar de ti...
Não...não quero aceitar...
Não quero banhar minha alma,
Com o orvalhar em minha Íris...
Não quero que me digas qual caminho devo ir..
Nem me peças para que sorrias o sorriso de tua miragem...
Ah!!! Se eu pudesse fenecer agora...
Não teria a intrépida vontade de correr para os teus braços...
Esses braços que nunca vou encontrar...
Não me peças para te esquecer...
Não me peças pra viver sem o teu amor...
Pôr mais doloroso que venha a ser....
Não me peças para te virar as costas...
Pois, se o fizer, nunca mais tu voltas...
E o que será de mim!!!
Será que eu, preferiria a morte?
É essa a minha sorte?
É isso que esperas de mim?
Não...mulher, não!!!
Prefiro perambular nas ruas de minha agonia...
Fazer verdade minha fantasia!!
A morrer de tédio pôr não ver te jamais....
Quero sim....arrancar do peito a camisa....
Agarrar nas caldas da brisa...
E fingir menino....ingênuo..perdido!
Perdido entre o ser homem e a fantasia deste menino...
Tudo pode passar, só não passa essa loucura sem trégua,
que deixaste dentro do meu peito.