Alma Prisioneira

 

 

O grito que ecoa nas entranhas da minha alma

Transporta a minha saudade,

E o silêncio não abre as portas do amanhã.

Não tenho forças para dizer aos passantes

Que minha vida é um barco naufragado

No porto das ilusões.

 

Do alto da montanha sopra um vento

Que impele meu desejo para as colinas.

São verdejantes as propostas

Que me trazem anjos caídos,

E a vontade de partir

Não está nos meus alforjes.

 

Meus olhos contemplam as distâncias azuis,

E a cumplicidade do passado me impede

De ver o fim da estrada.

Sou retirante da minha própria seca.

Nos confins da existência esqueci minha sombra.

Nos retratos amarelecidos guardaram meu sorriso.

 

Trago nas mãos resquício da fonte dos amores

Cuja água lavou eternidade de corações.

Dança suave música a bailarina das jóias;

O pensamento ousa trair minhas verdades,

Iguais precioso tesouro há muito enterrado

No labirinto das minhas indecisões.

 

             Vinhedo, 1 de setembro de 2008.

Benevides Garcia
Enviado por Benevides Garcia em 01/09/2008
Reeditado em 10/06/2016
Código do texto: T1156688
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