Alma Prisioneira
O grito que ecoa nas entranhas da minha alma
Transporta a minha saudade,
E o silêncio não abre as portas do amanhã.
Não tenho forças para dizer aos passantes
Que minha vida é um barco naufragado
No porto das ilusões.
Do alto da montanha sopra um vento
Que impele meu desejo para as colinas.
São verdejantes as propostas
Que me trazem anjos caídos,
E a vontade de partir
Não está nos meus alforjes.
Meus olhos contemplam as distâncias azuis,
E a cumplicidade do passado me impede
De ver o fim da estrada.
Sou retirante da minha própria seca.
Nos confins da existência esqueci minha sombra.
Nos retratos amarelecidos guardaram meu sorriso.
Trago nas mãos resquício da fonte dos amores
Cuja água lavou eternidade de corações.
Dança suave música a bailarina das jóias;
O pensamento ousa trair minhas verdades,
Iguais precioso tesouro há muito enterrado
No labirinto das minhas indecisões.
Vinhedo, 1 de setembro de 2008.