Por meu antídoto-furacão
O que adianta escrever na folha branca
Esse turbilhão de sentimentos
Se as dores todas que sinto, e tantas,
Não saem de mim um só momento?
Compor canções e tirar notas
Descrente de orações e prosas
Se tudo o que se passa dentro
Destroça mente, coração e peito.
Meu antídoto, minha cura e salvação,
Longe vai passando como um furacão
Repentino, arrancando o que há por perto.
E eu distante observando tão incerto.
Morrendo por partes tão pequenas
Sucumbindo sem noção de tempo
É que escrevo aqui os meus tormentos
Sobrevivendo e lutando a duras penas.