Ego embriagado? Ou que dó de mim...
Ego embriagado?
Ou que dó de mim...
(poet ha, Abilio Machado. 160808)
Escrevi outro dia
No céu que passava
Em algodão e azul
Meu suicídio...
É! Estava meio down...
Estava só,
Sem um sexo a me comer de jeito
Pelo menos não do jeito que sempre quis
Me deixei levar pela inexistência
Entreguei-me aos braços doces
E me ia...
Como os filhos que cresceram
Emanciparam e só eu fiquei
Na barca de uma morte ou outra
No nevoeiro com cheiros de jasmim...
Minhas dores ficariam?
Minhas dores me seguiriam?!
O passado como lembretes
Agendavam minha sina
Era eu na esquina
Meio perdida,
Meio do nada
O nada dos meus passos
Toda embriagada de mim
Queria que o mundo girasse ao meu redor
Mas me apanhava correndo atrás do mundo
Incompreendida pelo sangue que em gotas
Borbulhavam na taça de cristal
Envidraçada
Cortinas um tanto gastas desses meus olhos
Agora com lágrimas
De sob as lentes dos óculos...
E alguém falando meu sonho
Meus desejos e minha vida
Expostos assim!!!