No fim da jornada
Fugitivo dos sentimentos
Me vejo pregado na cruz do destino
Não santificado como aquele que nos salvou
Mas sim perdido e pecador como aquele que trai a si mesmo
Me vi abandonando tudo que acreditava
Pelo prazer de mentir ao mundo
Andei falseando em meu próprio nome
Para saborear os sussurros inaudiveis do infortunio
Na exatidão do meu falso conceito
Acreditei na serenidade da minha escolha insensata
Acabei subjulgado pelo meu próprio apego
Me tornando semelhante a tudo aquilo que desprezava.
Gritarei aos quatro cantos
- sigam, sigam o caminho do desprezo
e esperem-me no final da jornarda.
Pois a tristeza anda paralela ao desejo.
E serei espinho no caminho
E serei a ilusão impensada
E serei a dor da partida
E serei espada quebrada
E buscarei na eternidade alivio
E buscarei no olhar censura
E buscarei na mente orgulho
E buscarei no amor loucura.
E te esperarei no final da jornada...
(Alexandre Reis)