CEMITÉRIO DA ESPERANÇA
CEMITÉRIO DA ESPERANÇA
Raios anti-auspiciosos incidem sobre a retina de meu cérebro,
Toldando-me a nitidez do horizonte.
Por mais esforço que eu faça para enxergar a estrada,
Não consigo. Muito pelo contrário. Na verdade, eu me perco
Dentro da selva do barátrio e da neblina do alabastro do nada.
Muitas sombras transitam por esta retina:
Algumas, conforme fossem a própria personificação
Da velocidade de um trem-bala;
A maioria delas, consoante estivesse aprisionada no limbo
Da força estática, que move o cruzeiro das feridas do sonho,
Sendo que estas últimas, as sombras mais prosaicas, são insensíveis á falsa e compulsória volatilidade das eras Postergadas.
Então gosto de me anular transcendentemente,
Afogando-me no mar da divagação:
Ao rememorar o destemido gladiador que outrora eu era,
Penso esperançoso novamente em sê-lo, amanhã.
Toleima, isso sim.
A verdade é que sou um empreendedor eunuco.
A verdade é que sou um navegador que sucumbe
Quando avista “ O Cabo do Bojador”, imerso na bruma
Do horizonte obtuso!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
http://poesiatropega.spaces.live.com/