Nome
Ontem eu dizia, maldade
você era crueldade
você era decepção.
Hoje eu digo tristeza
você é insensibilidade
você é impercepção.
Mas todos os dias, você tem um nome
uma causa detecta
uma aura invicta
uma escrava insone.
Todos os dias você me afeta
em tantos momentos
e sentimentos
todos os dias...você me infecta.
E é como se não houvessem mais poemas
dessa dor tão legítima,
e eu tão somente vítima,
tão satélite, desse meu problema.
Se eu voltasse a ser meu sol,
meu eixo, meu verão,
se eu ainda capaz fosse
de ser minha própria luz...
...mas ah como preciso
de girar em seu clarão!
tão doce
e tão grande, que me diminui.
que dia maldito, que dor é essa,
que não cessa, não tem jeito?
que dor é essa que não cura?
quanta amargura!
Você não tinha direito!
Não se machuca mulher nem com pétala de flor
nem de lírio, nem de rosa
não se promete uma sorte ditosa
a quem só se pode dar amargor.
Não se ilumina os olhos de uma moça
com faíscas fugazes
com palavras vorazes
não se pede á um incêndio
que se apague depois.
Porque sozinho um balão não se acende
sozinha a fogueira não nasce
não se controla um amor
fecundado na gente.
Não se acende um balão para não voar
não se acende uma mulher, para não amar
não se ama o céu, sem que se vá conhecê-lo.
não se acende um balão, para depois detê-lo.
Uma vez no céu, ele não é mais eu,
ele é sentimento, ele é coração,
ele é satélite naquela imensidão
mas também tem luz, sem ser estrela.
Assim eu sou nesse dilema,
você é solução, eu sou problema,
você é estrela eu sou satélite,
você é meu rei, e eu só um valete.
Mas ainda volto a ser eu, tão estrela e notável
de perdão pleno, de amor radiante,
de vitória convicta, e qualidade infecta,
de energia infinita e interminável.
Pois tudo o que vem volta
mereço o céu não o inferno,
se hoje sou inverno,
amanhã serei verão,
se hoje sou dobradura
amanhã serei balão,
se hoje sou pequena,
inda viro imensidão.