Teus olhos.

 

Que me acompanham, seja onde for

Madrugadas frias, manhãs vazias, sem compor

Inverno e solidão. Estranha imensidão

 

Teus olhos:

 

Que em mim desaguam, sem trégua

Dias sem sentido, nuvens loucas, transitórias

Desencontro e paixão, guardados na memória

 

Teus olhos:

 

Que me reproduzem, mas não traduzem

Noites vulneráveis, vidas breves, apenas passagem

Estilhaço e escuridão , foram a paisagem

 

Teus olhos:

 

Que não me atingem, pois saio do alvo

Atam-me a ti, mágoas tão exatas, até com datas

Amor e perdição, condições de concordatas