DESFIANDO MEU NOVELO
Vou desfiando o novelo de minha vida,
tecendo em seguida o meu destino.
Mas a linha eu embolo numa enrrascada,
que logo me joga num desatino.
Me trás a infância brincadeiras alegres,
cavalinho de pau e miniatura de trator.
Cedo largo meus brinquedos comuns,
E sem paixão resolvo brincar de amor.
Para aumentar minhas desventuras,
me invade a ilusão chegando às carreiras.
E o que sério busco vejo com vãs esperanças,
que aos adultos não passa de uma brincadeira.
Mas o novelo vai então me torno adulto,
sigo em frente e um novo amor se desenha.
Outro engano pois maltratado por ingrata vil,
vejo como ela maldosa ao meu ser desdenha.
Desfio e desfio mas nada de tecer,
e a linha sem proveito me dá um nó.
O novelo afina e não mais desfia,
é a linha do destino, um bolo só.