DESFIANDO MEU NOVELO

Vou desfiando o novelo de minha vida,

tecendo em seguida o meu destino.

Mas a linha eu embolo numa enrrascada,

que logo me joga num desatino.

Me trás a infância brincadeiras alegres,

cavalinho de pau e miniatura de trator.

Cedo largo meus brinquedos comuns,

E sem paixão resolvo brincar de amor.

Para aumentar minhas desventuras,

me invade a ilusão chegando às carreiras.

E o que sério busco vejo com vãs esperanças,

que aos adultos não passa de uma brincadeira.

Mas o novelo vai então me torno adulto,

sigo em frente e um novo amor se desenha.

Outro engano pois maltratado por ingrata vil,

vejo como ela maldosa ao meu ser desdenha.

Desfio e desfio mas nada de tecer,

e a linha sem proveito me dá um nó.

O novelo afina e não mais desfia,

é a linha do destino, um bolo só.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 31/07/2008
Reeditado em 04/03/2011
Código do texto: T1105670
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