DESENCANTO

Fui sempre uma forte.

A toda hora, a qualquer momento,

Eu estava lá.

Calma, contida, dona de mim mesma.

Nos meus olhos sempre se encontravam

O equilíbrio e a sensatez.

O meu sorriso era cúmplice

Da minha felicidade.

E as minhas mãos eram firmes

E prontas para ajudar.

Anos e anos vivi assim: feliz.

Mas a minha fortaleza não resistiu

A um vendaval

E sem um porquê, tudo se desmoronou.

Parece até que tudo era feito de papel.

O equilíbrio sumiu, a sensação se desfez

E até a felicidade,

Companheira constante do meu sorriso,

Deu lugar a uma tristeza infinita.

Percebi que perdi, me desencantei

E fiquei fraca.

E hoje vivo assim: infeliz.

(Lenir MMoura)