Réptil pensa ser poeta

Réptil é poeta só, sonhador

[e moço!]

Que por donzela amor suspira

Mas nem beijo nem gracejo

Em donzela inspira

Senão desejo d’ela ao amado

Se tais versos sentir sussurrados.

Réptil é poeta de peito e

Coração ‘scamado.

E ‘scamas de poeta é paixão

Sem fruto

[que não amargo!]

Réptil é poeta ao tempo que

[bicho]

Na lamacenta amargura

De seus escritos

[rasteja! e]

Um pântano a aprisioná-lo

Encontra nefasto.

‘Ste pântano

[lúgubre!]

É refugio insano, recluso,

Donde réptil poeta só

Liberta-se com malfadado poema terminado.

Réptil é poeta que com

[alcoólico]

Amigo contentar-se-á, mas

Que regozijo dum momento

Pechincha vida toda

À cata de blandícia,

De rojo!

Réptil pensa ser poeta, afinal!

Mas não só com

[fumacento e alcoólico]

Paul e poesia

De viver vida há.

Jack Fernandez
Enviado por Jack Fernandez em 20/07/2008
Código do texto: T1089527
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