Réptil pensa ser poeta
Réptil é poeta só, sonhador
[e moço!]
Que por donzela amor suspira
Mas nem beijo nem gracejo
Em donzela inspira
Senão desejo d’ela ao amado
Se tais versos sentir sussurrados.
Réptil é poeta de peito e
Coração ‘scamado.
E ‘scamas de poeta é paixão
Sem fruto
[que não amargo!]
Réptil é poeta ao tempo que
[bicho]
Na lamacenta amargura
De seus escritos
[rasteja! e]
Um pântano a aprisioná-lo
Encontra nefasto.
‘Ste pântano
[lúgubre!]
É refugio insano, recluso,
Donde réptil poeta só
Liberta-se com malfadado poema terminado.
Réptil é poeta que com
[alcoólico]
Amigo contentar-se-á, mas
Que regozijo dum momento
Pechincha vida toda
À cata de blandícia,
De rojo!
Réptil pensa ser poeta, afinal!
Mas não só com
[fumacento e alcoólico]
Paul e poesia
De viver vida há.