Lamento por uma traição

 

Já não sei onde pôr os meus olhos

Já não sei onde pôr o meu pensamento

Nem sei onde pôr o meu tormento

Das lágrimas que choro de meu lamento

Não entendo como se engana a quem se diz amigo

Em vez do bem o mal se excede

Crueldade tão estrema no mundo se veja

Diabólica maldade ou doença estranha

Trocando o bem-querer por infame contento

Ao atraiçoo com que me mataste o meu sonho

Que numa tumba de vilipêndio me enterraste

Que a um chão morto e desalentado me entregaste

Á angústia e entristecimento com que me baniste

Em sombras de avareza te envolveste

Onde está essa leveza nascida em pedra dura

Que tanto declaras como sendo tua

Com que marcaste a minha sepultura

Para que meus lábios não falassem

Das mentiras que a ti culpam

E que por seguro nunca te livrarás

Por devaneios de ganâncias e ludibriações

a que te entregaste fazendo deles a tua tradição

Insânia de opulências acumuladas

Vendeste ao demo a tua alma

Criaste um cerro onde a tempo te esconderás

Quando ao mundo não conseguires enfrentar

Ali, cuidas que não há quem te culpe?

E a culpa estará bem enterrada?

Louco engano, a voz da culpa nunca se apaga

Nenhum manto de inocência te cobrirá.

E o olho bem grande do divino te enchergará

Triste estou porque tanto confiei e me mataste.

 

 

 

De T, ta

12-07-08

Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 13/07/2008
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T1078356
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