O ópio e ela

O ópio e ela

Dos heróis restaram as drogas

Peito azul, dilacerado, cocho

Das mazelas do amor roxo

No banheiro perco as horas

A droga, vista turva, insanidade

O vento sopra congelante

A boca seca, espumante

Efeito retardante da vaidade

Visões, nevoas, qual o segredo?

Das paixões que vejo sucumbir

Vidros que punhos hão de abrir

Em madrugadas escuras de medo

Pálpebras enterradas no queixo

A alma da claridade incomoda

O olhar à cima do mundo roda

Desolado nos esgotos me deixo

Acordo sem saber onde estou

Pessoas de branco em volta

O sangue à cabeça revolta

As lagrimas, o ópio acabou

Pode ser ela ou pode ser ele

O ópio tem sabor de leveza

Ela reflete a luz da pureza

Ambos me saciam a sede

Igor Ribeiro

Igor Cruz
Enviado por Igor Cruz em 10/07/2008
Código do texto: T1074619
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