Noite dos sós
Vem a noite,
eternamente silenciosa,
novamente estender
suas enormes asas e
nos roubar o sol...
Fazer do silêncio seu parceiro,
Imperador, Soberano.
Acalma as ruas.
Aparente calmaria, no entanto.
Tempo e hora do amor.
Triunfar das almas apaixonadas que,
juntas, sem mais ninguém,
saqueiam, partilham, dividem o mundo inteiro
entre si.
Tempo, porém, da enorme dor,
da agressiva
solidão dos sós !...
Hora em que o frio punhal
da solidão, do desamor,
penetra, dilacera e
fere de morte
o coração dos sós...
Como eu !...