Despedida

A minha antiga visão turva,

formou-me bela criatura,

eu a imaginava com ternura,

fiz dela a mais bela pintura!

Mas era tudo falso,

conduzi-me a mal passo,

dei meu orgulho a holocausto,

fiz dum horror, meu espetáculo.

Clamei por uma ruptura,

apesar de apelos da covardia

terem-me criado outra criatura

que inescrupulosa me persuadia.

Ah! Basta-me por favor

que meu labor então te apiede

e percebas que se eu te tivesse amor

antes seria-me lucro que a ti o desse.

Mas foi-me tudo ilusão

e não te culpo eu mesma a formei

agora te comovas, por compaixão

veja que eu também por isso penei.

Vai-te embora antes que o alento

que um dia me foste, torne-se tormento

comparado a vermes nojentos

que causam-me horror e aversão, lamento.

*Texto fictício.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 04/07/2008
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