Despedida
A minha antiga visão turva,
formou-me bela criatura,
eu a imaginava com ternura,
fiz dela a mais bela pintura!
Mas era tudo falso,
conduzi-me a mal passo,
dei meu orgulho a holocausto,
fiz dum horror, meu espetáculo.
Clamei por uma ruptura,
apesar de apelos da covardia
terem-me criado outra criatura
que inescrupulosa me persuadia.
Ah! Basta-me por favor
que meu labor então te apiede
e percebas que se eu te tivesse amor
antes seria-me lucro que a ti o desse.
Mas foi-me tudo ilusão
e não te culpo eu mesma a formei
agora te comovas, por compaixão
veja que eu também por isso penei.
Vai-te embora antes que o alento
que um dia me foste, torne-se tormento
comparado a vermes nojentos
que causam-me horror e aversão, lamento.
*Texto fictício.