A nossa decadência poética
No Recife não há mais poesia (?).
Estagnou-se no passado o dia
Em que a cidade era palco
Do mais nobre salto
Dos poetas serelepes.
No Recife não há problemas.
É, em si, todo problema!
No Recife os poetas de hoje em dia
São, em sua grande maioria,
Marginais,
Ou acrobatas de sinais.
Não há mais verbo,
Há apenas corpo,
Em um corpo todo doente.
Sim, o Recife está carente;
O Recife é um delinqüente
Entorpecido de cola.
Antigamente era uma escola
Hoje é decadente.