Estou no limite
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Estou no limite...no topo
dei minha face para a esperança,
pois o amanhã vem longe, esgotado
já...tão envolvido com as recordações
Pode ser que este dia, seja um sonho
ou uma desventura
mas não quero esconder a flor do meu sentimento
tenho urgência em alegrar a minha solidão
O hoje passa depressa...são momentos agradáveis
quase efêmeros,
e a paixão desfolha sorrindo,
fatigada pelos excesso de prazeres ruidosos
Estou no limite...na desordem,
tentando agitar o silencio,
converso baixinho com o meu coração,
enquanto aguardo, a minha impaciência voltar
Fazer uma nova loucura
vencer e adiar qualquer arrependimento,
compreender...mas não seguir a razão
ficar a mercê das incertezas e extravagâncias
Estou no limite...no declínio do dia,
olhos fixos na linha azulada do horizonte
corpo vergado nos umbrais das janelas,
apenas para resgatar os pedaços, da minha inquietação
Preciso remontar minha face para a esperança,
deixá-la aberta como um livro,
combinar idéias e espírito,
num véu diáfano, de rendas transparentes
Quero acordar calma...corada,
com balbuciar de palavras doces
mas nada de amargor,
mesmo escondendo o que vai na alma
Estou no limite, para esclarecer meu espírito
remir minhas culpas e desenganos,
sem ter que punir o corpo rebelde
que sofre pelo vício...pelo instinto de amar demais...