CAMALEÃO

CAMALEÃO

Ser inocente,

que virou serpente,

por ironia dessa gente.

Metamorficamente,

a maldade fê-lo mutante.

Agora, um monstro como os demais.

Surge o ódio, portanto,

pra que lhe sorrir.

Vai mudando de cor,

em cada árvore,

cidade,

Riscando a parede,

o chão de mármore.

É veneno do frasco que quebrou,

o espinho que lhe furou.

Talvez, um dia,

venha a ser como era,

extinto os vilões sociais.

E, então,

tomará o antídoto,

voltará a ser gente.