Serpentes e Lírios


Há muito tempo venho pensando
naquelas serpentes
que, volta e meia se escondem
por entre os lírios
daquele jardim que eu plantei.
Lindas flores, alvas e angelicais
que lembram trombetas celestes
alegrando a vida daquele que vê
e que sabe que a verdade existe...
Por ironia, ou por qualquer outra coisa
que não seja amor,
aquelas campânulas brancas e puras,
atraem seres peçonhentos,
que distorcem a palavra
e mata o verbo e a vontade de ser...
Até quando instilarão seu veneno,
maculando sonhos que nascem
com as manhãs cheias de esperança?
Até quando abrirão seus olhares apáticos,
envenenados pela indiferença
e pela hipocrisia, puros pecados gerados
pela pseudo sabedoria de palavras vãs
que não levam a lugar nenhum?
Até quando?...

              Vinhedo, 22 de junho de 2008.