RUMO AO CREPÚSCULO
RUMO AO CREPÚSCULO
Outrora eu pensava ser d’ouro minha jangada:
Ao lançar meus olhos em direção á gradativa e fátua linha do horizonte,
Vislumbrava lufadas de auspício do futuro, não muito ao longe.
De súbito, o rutilante sol do altruísmo
Pairava-me sobre a alegre mentosfera onírica,
Seara onde vicejava e desabrochava
A indestrutível flora da luta pela Justiça.
Outrora eu pensava ser capaz a minha jangada
De seguir incólume a centelha que asfalta o itinerário do oceano de flores da isonomia,
Suplantando as intempéries do mar fingidamente fugidias
Que a resplandecente fonte do estio esconde em sua íris ígnea
Afinal, de espólio do casulo tornei-me antrópica abelha:
E ao me torná-la, a opacante mão da languidez autoritária
Transformou em transatlântico de ouropel a minha aurífera jangada!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA