CEGUEIRA CONTEMPLATIVA
Cansei da luta inglória,
do dizer solitário,
do falar ao vento,
do olhar sem alento,
do grito no silencio diário.
Cansei de segurar a candeia,
para iluminar faces sem vida,
que acostumaram-se ao terror,
que veem o mundo sem cor,
que são cativos de esperanças perdidas.
Cansei de mostrar estrelas,
em céus de quem não quer ver,
brados ecoados ao vento,
verbos ditos a desatentos,
que a liberdade não querem ter.
Cansei de manter contendas,
ao limite muitas vezes cheguei,
mas cegos eu encontrei,
em tudo aquilo que falei,
muito me dei e cansado fiquei.