Són(h)omundo

Quando, à noite, deito agitada

Penso nas vidas cansadas

E no imundo mundo que teima circular.

Percebi que a Terra eternamente gira:

Voltamos sempre ao mesmo lugar.

Que triste fim é esse o nosso,

Povo de muita luta e pouca sabedoria.

Pugnas de um passado novo

Repetem-se todos os dias.

E pensar isso é tão triste, tão pesado...

Sinto o mundo apertado.

Meu coração não está cicatrizado

Para agüentar mais.

Ele sangra e chora meus findos dias

De tédio e raiva que não saram.

Tão breve é esta vida,

Tão longos são meus braços.

Sei que ando meio emotiva...

Enxergo com os olhos da repartição.

É que eu queria acabar com essa riqueza metida

Que tem pobreza como tradição.

E no meio desse drama-vida

Minha vida-drama cogitou lutar

Tentou juntar forças por todas as vidas

Fazer a vida, com meus (a)braços, “vidorar”.

Só que aí eu fiquei triste, pequenina,

Quando “paz, terra e pão” ousei citar.

Deixaram-me sozinha na esquina

Vendo a vida passar.

gabriellags
Enviado por gabriellags em 18/06/2008
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T1039391
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