PERSPECTIVAS

PERSPECTIVAS
Jorge Linhaça

Nas linhas fluentes, pro ponto de fuga,
caminham os meus versos em desalinho,
perspectivas frias do meu pelourinho,
na testa, na fronte, as marcas das rugas.

Nas linhas retas , curvas, do meu caminho
O tempo move-se qual uma tartaruga,
nas trincheiras do amor, aplausos e rusgas,
a lápide da paixão por meu escaninho.

Na confluência improvável dos corpos,
na distância cruel, de dois pensamentos,
recheiam-se, as covas frias, de natimortos,

Sepulturas caiadas, almas em tormento,
da amarga fel, servida em sujos copos,
banqueteiam-se abutres dos sentimentos.