Principio do fim
Divagações emocionais
Daqui desta janela.
Prisão da minha meditação.
Resguardo que me guarda e separa
do mundo que perpassa lá fora
e pelo rectângulo das minhas divagações.
espantos e curiosidades
tomam vulto.
Espaço conformado
que o tempo me permite
visionar na sua transparência.
Há calma mas não indiferença, que
se espelha no meu olhar.
Não me isento
Pressinto pasmos e medos.
Rostos fechados olhos vagos
As crianças seguem ao mesmo ritmo
Inocentes e ausentes
ainda conseguem um rasgo da sua alegria
Deslumbres, exultações fugidias
Há sombras
que atravessam a noite.
Vultos na claridade do dia
que têm lugar na vida.
Coisas e seres
Que se movimentam
na rotina do dia-a-dia.
Passos apressados
Autómatos que se escondem
no anonimato.
Gente, tragédias, alegrias, que escondem
a dor e as fomes de amor
Temores, que geram ódios
Confrontos pela igualdade
e pela luta que é desigual
O apelo a liberdade é ilusório
Vive-se preso a grilhões cuja ferrugem os torna
infinitamente cativos
Apenas o rio, que apressado, corre para o mar
Sereno, amplo, que acolhe as vazantes com autonomia.
Montes e vales, terra e firmamento assombrados.
E o homem vacila de medo
Houve-se ao longe a voz que preconiza apocalipticamente
há guerra há fome o amor desapareceu da face da terra.
de tta