Principio do fim

Divagações emocionais

 

Daqui desta janela.

Prisão da minha meditação.

Resguardo que me guarda e separa

do mundo que perpassa lá fora

e pelo rectângulo das minhas divagações.

espantos e curiosidades

tomam vulto.

Espaço conformado

que o tempo me permite

visionar na sua transparência.

 Há calma mas não indiferença, que

se espelha no meu olhar.

Não me isento

Pressinto pasmos e medos.

Rostos fechados olhos vagos

As crianças seguem ao mesmo ritmo

Inocentes e ausentes

ainda conseguem um rasgo da sua alegria

Deslumbres, exultações fugidias

Há sombras

que atravessam a noite.

Vultos na claridade do dia

que têm lugar na vida.

Coisas e seres

Que se movimentam

na rotina do dia-a-dia.

Passos apressados

Autómatos que se escondem

no anonimato.

Gente, tragédias, alegrias, que escondem

a dor e as fomes de amor

                                          Temores, que geram ódios

Confrontos pela igualdade

e pela luta que é  desigual

O apelo a liberdade é ilusório

Vive-se preso a grilhões cuja ferrugem os torna

infinitamente cativos

Apenas o rio, que apressado, corre para o mar

Sereno, amplo, que acolhe as vazantes com autonomia.

Montes e vales, terra e firmamento assombrados.

E o homem vacila de medo

Houve-se ao longe a voz que preconiza apocalipticamente

há guerra há fome o amor desapareceu da face da terra.      

 

de tta

Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 01/06/2008
Código do texto: T1014678
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