Desamor 1 - Drama para Fechar
Obrigado, foi bom o tempo, mas decidi fechar a porta.
Não para todos, mas para você, eu decidi fechar a porta.
Não que eu devesse avisar,
Para não dar tempo de preocupar, mas quer saber, quem se importa? (̶n̶ã̶o̶ ̶v̶o̶c̶ê̶)̶
Ótimo mesmo é poder saber, que para você eu fechei a porta.
Não tenho raiva, rancor, ou qualquer tipo de dor,
Só é ruim não poder ter confirmação ou algum valor.
Recentemente eu aprendi que prioridade não é dar tudo,
Mas é separar algo-algum.
Ter tato, vontade.
Bom moço. Sim, bom moço.
É como se chama quem não declama a realidade, mas utiliza, sem vulgaridade, toda sua dificuldade, para não deixar o copo secar.
Até porquê, com ele sempre meio cheio, sempre tem um bom pretexto pra beber e reclamar.
Tá tudo bem, de coração, coração mesmo.
Eu tô tranquilo, eu tô sereno e adorando te fechar.
Te conhecendo, deixei bem enclausurado, bem escuro e bem dramático. Você pode devanear.
É bom que assim as batidas sufocadas das palavras não faladas do nosso peso espectral não precisam mais pairar sobre a atmosfera de nossos egos.
E fica aí, que eu tô andando por aqui.
Bebi a dose por completo.
Deixei o copo na pia. Vazio.
Peguei minhas chaves e saí.
...
["Desamor" é um conjunto de textos de um adulto que convive com adolescentes e sente falta da oportunidade que eles ainda tem: dramatizar coisas pequenas para expurgar sentimentos complexos].