Não volte!
Enquanto busco o meu “para sempre”
Me despedaço com o passageiro
Mas também há amor no que é efêmero
Nem que seja por poucos segundos, minutos, horas
Há amor no que é limitado
E quando o amor que existe acaba
Sobra a saudade
Saudade das frações de segundos que nos amamos
Porquê havia amor ali
Era um amor diferente
Você amava o fato de ser amado
Em troca, me oferecia migalhas
E como sou acostumado com o pouco
Recebia com gosto e sorria
Me deleitava com aquelas fragmentos seus
Você me deu sua pele
Eu, te dei meu coração
Tínhamos uma química tão boa
Ficávamos amalgamados naquela cama box
Mas não tem como dois espíritos habitarem um mesmo corpo
Nos dividimos e você se foi
Eu, ficava no mesmo lugar
Te esperando, pra nos misturarmos novamente
Mas você não voltou
Fui obrigado a recolher todos os fragmentos meus, jogados ao chão
Mas em cada pedaço meu que você deixou
Havia memórias, intensas, sensíveis memórias
Hoje, não sei seu nome
Não sei sua cor favorita nem sequer o seu telefone
A única lembrança que tenho de ti
São cicatrizes que se formaram em mim
Não volte!
MATHEUS TACCHI