Me feriu, Me mastigou, Me cuspiu.

Morri e revivi tantas vezes

Que não sei mais se vivo ou se estou a morrer

Se respiro ou se apodreço, a dor é lenta,

Meu corpo arde, mas o coração ainda tenta.

O tempo me feriu, me mastigou, me cuspiu,

E você, Bia, se tivéssemos crescido juntos...

Se tivéssemos errado, vivido e amado...

Talvez o destino tivesse mudado.

Longe, não se ama, longe só se esquece,

E eu aqui, perdido no que foi e no que não deve.

Será que ainda dá pra confiar no amor,

Ou será só mais um eco de dor?

Se eu estivesse contigo, não sei se teria paz,

Será que poderia te tocar, sem medo de não ser capaz?

Ou viveria só com essa sombra no peito,

O eco de um passado que já se perdeu no tempo.

Eu fui o primeiro, mas nunca fui nada,

Um namorado sem beijos, um amor sem alma.

Sem mãos, sem corpo, só restou a saudade,

E eu me afogo nessa eterna ansiedade.

Longe, não se ama, longe só se esquece,

E eu aqui, perdido no que foi e no que não deve.

Será que ainda dá pra confiar no amor,

Ou será só mais um eco de dor?

Me desculpe, me perdoe,

Talvez nunca mais eu volte a ser inteiro.

Talvez nasci com um buraco no peito,

E passe a vida tentando, tentando preenchê-lo.

Longe, não se ama, longe só se esquece,

E eu aqui, perdido no que foi e no que não deve.

Será que ainda dá pra confiar no amor,

Ou será só mais um eco de dor?

Se eu me aproximar, se eu tocar na verdade,

O que sobra dessa merda de realidade?