Ácido

O tempo afasta e destrói,

Mas nossas atitudes só nos corroem.

O efeito do ácido corrompe a mente,

Tentando afastar essa dor.

Tampei seus ouvidos para não me ouvir gritar.

Fechei seus olhos para não me ver chorar.

Perdi meus sentidos, ficando entorpecido,

Para ser submisso a nós dois.

Todo esse tempo parado,

agora está enferrujado.

O relógio que girava para nós,

os tic-tacs ficaram apenas na lembrança.

Gerando agonia,

alimentando uma dor

que reflete na pele

e meu coração dói.

Você saiu da minha vida em dívida.

Gastei tudo, até o que eu não tinha.

Tudo por um anel

Que ninguém irá usar.

Remédios ou drogas de fato me acordam,

trazendo a lucidez

para esquecer a estupidez

de tentar me juntar a você.

O tempo escorre como um ácido forte,

Queimando meus sonhos.

Destruindo meu chão, corroendo meus laços, decretando o fracasso, deixando-me na escuridão.

E agora o que você quer?

E agora não pode me ouvir!

Mas continua ecoando em minha mente

Quando dizia que tudo isso era reflexo dos meus pais.

Que encaro a vida como um jogo,

construindo relacionamentos apenas para destruí-los,

preso em um loop sem fim.

Acho que realmente sou igual aos meus pais.

E agora o que tens a dizer?

A sete palmos já se calou!

Agora é você quem se silencia,

Pois vejo apenas meu reflexo nessa lápide.

O reflexo que você tanto julgou,

Mas posso mudar quem eu sou.

Você conheceu quem eu era.

Se foi o tempo, a exaustão ou apenas o amor que nos consumiu.

E agora o que tens a dizer?

Que amores viram sombras rasgadas,

Relacionamentos tombam sem piedade.

Que nada resiste às suas rajadas.

E agora de você só resta cinzas e saudade!

Guilherme Henrique (Henry)
Enviado por Guilherme Henrique (Henry) em 20/02/2025
Código do texto: T8268911
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