Ácido
O tempo afasta e destrói,
Mas nossas atitudes só nos corroem.
O efeito do ácido corrompe a mente,
Tentando afastar essa dor.
Tampei seus ouvidos para não me ouvir gritar.
Fechei seus olhos para não me ver chorar.
Perdi meus sentidos, ficando entorpecido,
Para ser submisso a nós dois.
Todo esse tempo parado,
agora está enferrujado.
O relógio que girava para nós,
os tic-tacs ficaram apenas na lembrança.
Gerando agonia,
alimentando uma dor
que reflete na pele
e meu coração dói.
Você saiu da minha vida em dívida.
Gastei tudo, até o que eu não tinha.
Tudo por um anel
Que ninguém irá usar.
Remédios ou drogas de fato me acordam,
trazendo a lucidez
para esquecer a estupidez
de tentar me juntar a você.
O tempo escorre como um ácido forte,
Queimando meus sonhos.
Destruindo meu chão, corroendo meus laços, decretando o fracasso, deixando-me na escuridão.
E agora o que você quer?
E agora não pode me ouvir!
Mas continua ecoando em minha mente
Quando dizia que tudo isso era reflexo dos meus pais.
Que encaro a vida como um jogo,
construindo relacionamentos apenas para destruí-los,
preso em um loop sem fim.
Acho que realmente sou igual aos meus pais.
E agora o que tens a dizer?
A sete palmos já se calou!
Agora é você quem se silencia,
Pois vejo apenas meu reflexo nessa lápide.
O reflexo que você tanto julgou,
Mas posso mudar quem eu sou.
Você conheceu quem eu era.
Se foi o tempo, a exaustão ou apenas o amor que nos consumiu.
E agora o que tens a dizer?
Que amores viram sombras rasgadas,
Relacionamentos tombam sem piedade.
Que nada resiste às suas rajadas.
E agora de você só resta cinzas e saudade!