CURA FRAGMENTADA

Na curva da vida, eu caminho solitário,

Sons de risadas soam, mas não me alcançam,

Entre sombras de pensamentos, busco a história,

Dessa dor interna que em mim se balança.

Oh, Deus, você que me observa de longe,

Às vezes cega, a fé se esvai,

Na solidão, a alma se esconde,

E eu, perdido, clamo: "Onde estais?"

A bebida é fuga, é um véu, é um sussurro,

Um abrigo que fere e também me embriaga,

Afoga a tristeza, mas corta o futuro,

E na ânsia da cura, a esperança se apaga.

Ainda não encontrei quem sinta meu fardo,

Aos olhos alheios sou apenas cristal,

Mas minha essência, um mar encharcado,

Reflete a tristeza, um silêncio mortal.

As poesias, coitadas, manchadas de dor,

Versos que gritam o que no peito não cabe,

Gotas de lágrima no papel, amor,

Carregam o peso que a vida me traz.

Mas farei da dor um estandarte,

Lutarei pelo amor que ainda se oculta,

Dentro de mim, um desejo, perto de Marte,

Que a mão que fere, um dia, cura.

E que o grito da alma, em forma de verso,

Seja a luz que desponta na escuridão,

Entre a solidão e um novo universo,

Eu buscarei a doce libertação.