Como não amar.

Tudo bem

Aqui vou além.

Nunca me senti seguro

Com apenas palavras,

Quando as atitudes

Faziam-nas valer nada.

Como sofria de boca fechada,

Quando chorava

E palavra alguma me consolava.

Porque na dor

Eu nunca as ouvia.

Depois ouvi o falso nome "amor".

Mentiria que me doía.

O que é realmente amar?

É o outro controlar?

É, com palavras, desnortear?

Com toque apaixonar,

Pra quando o coração estiver em mãos,

O despedaçar?

E jogar os restos pelo chão?

É um problema encobrir,

Fazer o outro descobrir

Que você estava mal?

Fingir que é o melhor

Pra deixar alguém abandonado na pior?

Talvez eu precise escrever,

Mas não pra você.

Talvez eu precise compor,

Tirar esses pensamentos,

Essa dor.

Penso que só recebo

Falsos sentimentos,

Falta de amor.

Talvez a culpa seja minha,

Talvez ilusão.

Levo na linha,

Nos versos.

Preciso mesmo fugir

Pra outros universos?

Talvez eu guarde demais

Tudo o que sinto.

Tentando ser sincero,

Pra ti não minto:

Não faça isso comigo,

Você não.

Me arrisquei,

Mesmo sabendo que não tenho coração,

Mesmo sabendo que vou na contramão.

Talvez eu pense demais

E me arrependa.

Talvez eu só esteja fugindo,

Estou correndo.

Tão perto um do outro,

Mas tão distantes.

O que vale mais pra ti:

Meu tempo

Ou só instantes?

Presentes,

Eles não são mais que surpresas

Sobre mesas.

Eu sou presente.

Em meio ao meu terror,

Não estou ausente

Pra ouvir sua dor.

Por que derramo lágrimas?

Deixei cair minhas lástimas,

Máscaras

E angústias.

Medo de tudo,

De tudo ser mentira.

Talvez o abraço dele

Seja mais quente

Que o meu.

Talvez o carinho

Dele seja melhor.

Talvez ele use as palavras certas

De formas corretas.

Talvez eu seja útil

Quando você está carente

Ou está na pior.

Talvez eu seja seu brinquedo:

Quando se cansa,

Me coloca no baú.

Quando acaba a brincadeira,

Me torno inútil

E fico com medo.

Talvez, se fossem melhor

Trituradas ou batidas,

Suas mentiras

Quem sabe seriam engolidas.

Talvez eu as bebesse,

Mas eu as vomito,

Cuspo

E me culpo.

A verdade é que não é hora,

Não agora.

Não um relacionamento.

Amizade seja melhor.

Então, por que eu tento?

No final,

Escrevo e me lamento.

Criei um pedestal,

Achei que fosse especial,

Algo mais que meu sensacional.

Algo que eu via

Como essencial.

Para quê?

Talvez viver,

Talvez escrever.

Acho que esse é meu último poema.

Chega de poesia,

Só me trouxe problema

E heresia.

Escrever sobre o tal amor

Por garotas

Só me trouxe dor.

E do meu rosto

Escorrem gotas,

Sempre me rebaixando

Às paixões delas.

Traumas e lições.

Onde está minha bela?

Outros caras

Me fazem sentir

Insuficiente,

Mesmo sabendo que só Deus

É o suficiente.

Resultado eu sempre sei:

Nesse caminho, eu sou sensei.

No final,

Penso que seria algo especial,

Algo a mais,

Como um compromisso.

Mas acabo sempre nisso:

Só isso.

Ilusões,

Resultado de tantas paixões.

Erros de caligrafia.

Preste atenção na poesia.

Esqueça.

Aprenda.

Se perca.

Emocionado,

Mas sempre fiquei do lado.

Sentir demais

Me machuquei,

E falei: nunca mais

Vou me apaixonar.

Mas me peguei apaixonado,

Sofrendo calado,

Mesmo me expressando

Em silêncio de canto.

Sempre chorando,

Mesmo não valendo meu pranto.

Minha dor

Hoje é canto

Pro meu Senhor.

Hora de dizer tchau.

Se eu não sair pela porta,

Vou pro espaço sideral.

Preciso fugir.

Mas me entreguei.

Senti demais e errei.

Deveria ter dado meu tempo,

Mas dei meu coração.

Poderia ter deixado com meu Deus.

Talvez não me machucaria

Por tanto tormento.

Talvez aprenderia.

Será que foi uma lição?

Doeu.

Como doeu,

Meu coração.

Os pedaços ainda pego do chão.

Pensei que seria diferente.

Cheguei até a pensar

No futuro da gente.

Casamento e família.

Tolo fui eu.

Estamos fora de sintonia.

Entenda: eu sempre vou estar bem.

O que me preocupa é você não estar.

Dando uma de forte,

Mesmo sabendo

Que não vou aguentar.

Mesmo sofrendo,

Pelo seu sorriso devo lutar.

Até o fim.

O que importa pra mim

É sua alegria.

Mesmo eu não sendo tão relevante,

Estando empoeirado

Na tua estante.

Mesmo por instantes,

Por pequenos detalhes,

Me perco em olhares.

Meus problemas estão de lado,

Não do seu,

Sempre do meu.

Nessa rima,

Trouxe um buquê.

Pétalas caem

Pelos sentimentos mortos

Pra você.

Já posso deixar no caixão

Do nosso sentimento.

Acabou a paixão.

Adeus.

Mas obrigado, Deus,

Por te conhecer.

Consegui,

Pelo menos, aprender.

Porque ultimamente,

Minha mente

Tem andado doente,

Precisando de Deus

E não dos caprichos meus.

Tenho odiado me apaixonar.

As histórias terminam

Da mesma forma.

Estou cansado já.

Coloco prioridade

No que me machuca,

No que me destrói.

Não sou mais um herói.

Acho que quis demais,

Mesmo sabendo

Que era incapaz

De viver sem ti.

Acho que estou morrendo.

Sentimentos

E pensamentos

Me apertando,

Sufocantes.

Teus olhos

Não têm mais o brilho radiante

Que me apaixonou.

Agora, eles são menos

Do que eu enxerguei.

Poeta di rua
Enviado por Poeta di rua em 17/12/2024
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