Tempos de Despedidas
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Quando ocê partiu,
O céu desabou.
A chuva que por aqui nem se via
Me bate e escorre, no rosto
Mas não é chuva; é dor que do céu pingou.
Sinto no peito o aperto, um frio arrochado,
Como o vento uivante no semiárido.
Vejo a água correr pelas nossas ruas
Levando meu barquinho, frágil, só.
Vai-se embora, misturado à sujeira,
Navegando rumo ao desconhecido.
Quem sabe um dia chega em alto-mar,
Mas rezo que não afunde em um buraco esquecido.
O vejo ir, mas não tento partir,
Entro pra dentro, em casa, me lavar
Porque no corpo a lama sai fácil,
Mas no peito... custa sarar
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