Metamorfoses
A vida me bateu, mas não me despedaçou,
Se parei, não foi por fraqueza ou por fim;
Era descanso, era pausa, era silêncio,
Um instante de espera guardado em mim.
Não estou acabada, não fui destruída,
Nem afundei nas águas da dor.
Fiquei como ostra, guardando o segredo,
Lapidando uma pérola em meu interior.
Era casulo, era sombra, era abrigo,
Em meio à metamorfose que transforma.
Aceitei morrer como uma semente no solo,
Para renascer em outra forma.
Pois quem me vê agora, não vê meu luto,
Mas a força que o tempo não deixa esconder.
Eu renasci do que parecia perdido,
E o que era fraqueza virou meu poder.
Que venha a vida, que venham as marés,
Sou borboleta, ostra, semente e raiz.
Entre quedas e voos, refaço minha história,
E na dança da vida, enfim sou feliz.