Soltando o Fio Vermelho

Sou o fio que te liga, invisível ao teu olhar,

Entrelaçada em silêncio, sou o destino a esperar.

Te vejo com ela, teu sorriso que já foi meu,

E o fio rubro, eterno, ainda me prende ao teu eu.

Cada passo que dás, puxo um pouco a te trazer,

Mas o tempo nos afasta, te impede de me ver.

Ela, ao teu lado, toca o rosto que sei de cor,

E eu, distante, sou sombra, sou lembrança e sou dor.

Eu sou o fio vermelho, que te encontra na escuridão,

Um laço invisível, entre o coração e a razão.

Vejo-te com outra, tão perto, mas longe demais,

E esse fio que me puxa, é o mesmo que me desfaz.

Ela segura tua mão, como se fosse seu lar,

Enquanto eu, na penumbra, sigo a te observar.

Será que sentes o toque, que escapa da própria mão?

Ou o destino é mudo, preso no vão da ilusão?

Agora, cansada, solto o fio em despedida,

Não quero mais ser tua sombra, nem seguir essa lida.

Que o laço se rompa, que o destino desista,

Pois prefiro ser livre a ser prisioneira invisível na pista.

Te deixo com ela, e solto o fio que me uniu,

Não mais Akai Ito, agora sou eu, só eu e o céu azul.

Que o destino perca a força e o fio se desfaça,

Pois meu amor é maior quando é livre, e não uma graça.