Luzes no apagão
Era minha liberdade,
Eu vivia a realidade,
Entre luzes a vagar,
Sem me importar com as cruzes a carregar.
Queria ser eu mesma,
Mas tu chegaste, me chamando de tua,
Eu queria dançar no momento,
Tu desejavas me beijar,
Eu só sabia me amar.
Tu te lançaste,
E te elevaste,
Em meio às luzes do apagão,
Teus olhos mergulharam na escuridão,
E eu entreguei meu coração.
Teus brilhos se foram,
E tuas partes desapareceram,
Não sabia mais o que era o mundo,
E a fumaça imunda era um fundo.
Tu tens um sorriso lindo,
Para arremessar no abismo,
E descer no marasmo,
Do corpo em dissolução.
Eram luzes do apagão,
Que apagam os corações,
Eu te vi preso,
E tão indefeso,
Não te destruas,
Apenas te construa.