A morte de nós dois

Uma porta pequena,

Lágrimas no meu rosto,

Eu vou entrando,

Com os pés tremendo,

Sem querer ver.

Era um caixão,

Eu me debruçava

Sobre um coração tão vivo

Que ali morreu,

No meio de todos.

Meu rio escorria pelo vidro,

Era o silêncio dos outros.

Quando meu choro,

Tão ferido,

O morto parecia eu.

Eu não conseguia

Ver nada à minha frente.

Tu me deixaste

Sem ao menos um adeus

Para compreender.

Levanto meu rosto

E te vejo pela porta.

Tu me olhas tão baixo,

E eu tento entender

O que desejas.

Nem me perguntas

Se estou bem,

É como se eu fosse nada,

E vais embora sorrindo,

Sem despedida.

Sei que meu coração desperta,

O teu também,

Mas tu preferes-me deitada

Sob aquele caixão

Que era teu,

Aquele que tanto amei,

Aquele que tanto chorei.

Felipe M do Carmo e Sofia
Enviado por Felipe M do Carmo em 21/10/2024
Código do texto: T8178512
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