A morte de nós dois
Uma porta pequena,
Lágrimas no meu rosto,
Eu vou entrando,
Com os pés tremendo,
Sem querer ver.
Era um caixão,
Eu me debruçava
Sobre um coração tão vivo
Que ali morreu,
No meio de todos.
Meu rio escorria pelo vidro,
Era o silêncio dos outros.
Quando meu choro,
Tão ferido,
O morto parecia eu.
Eu não conseguia
Ver nada à minha frente.
Tu me deixaste
Sem ao menos um adeus
Para compreender.
Levanto meu rosto
E te vejo pela porta.
Tu me olhas tão baixo,
E eu tento entender
O que desejas.
Nem me perguntas
Se estou bem,
É como se eu fosse nada,
E vais embora sorrindo,
Sem despedida.
Sei que meu coração desperta,
O teu também,
Mas tu preferes-me deitada
Sob aquele caixão
Que era teu,
Aquele que tanto amei,
Aquele que tanto chorei.