Vício
entre flores e ervas
- as raízes,
as folhas,
o caule.
desarmonizo um poema.
a poesia é dos amantes
e tenho sido um viciado.
não escrevo,
não produzo,
não rimo.
virei cientista!
deixo o jardim,
as rosas.
aonde encontro a escrita?
em que parte da minha pele ela se esconde?
qual substância devo usar?
misturo as percepções.
não tenho libido ,
não comi mais do fruto proibido,
onde habitam os corações?
quando o meu celular irá vibrar?
será ajuda?
será você?
será ele?
ligação perdida!
faço composições,
sopa de palavras,
esquema rítmicos,
escanções poéticas,
estruturo-me na areia.
num fluxo contínuo:
minha têmpora dói,
meu nariz sangra,
foi queda,
foi pedra:
apaixonei!
Jorge Barbosa
25/07/2024.