Tou só couro e osso
Tou só couro e osso
O feitor arrancou minha
Pele com a chibata não
Morri porque Iansã mandou
Uma trovoada o feitor teve
De ir se abrigar e me deixou
Aqui com a água lavando meu
Sangue meu suor e minhas lágrimas
E com os olhos triscados de tanto
Relâmpago meus irmãos me tiraram
Do tronco pôs lá o feitor e me carregaram
Até o Mutum a chuva não passava e a
Canoa do rio nos levou até o quilombo
Da Mata Escura lá nos lados do Vagalume
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 03 de outubro de 2024