DESPEDAÇADO

Outra vez juntando os cacos do meu coração,

Que novamente transbordou

E saiu do peito.

Não tem jeito,

Esse sujeito nada oculto insiste em se apaixonar,

Subiu numa nuvem e tentou voar,

Mas mal conseguiu se equilibrar

E caiu do ar, se espatifando no chão.

Quantas vezes um coração pode se quebrar?

Tão frágil vidro com vários estilhaços perdidos,

Impossíveis de juntar.

Vê-se ao longe os trincos com resquícios de cola.

Cada caco ainda pulsa

E sangra as minhas dores

Nascidas de sentimentos unilaterais,

Armas afiadas e mortais.

Cada caco parece carregar todo peso do mundo,

Carrega o fardo de amores profundos que só fizeram machucados.

Quem, se não eu, irá colar meu pedaços?

Fragmentos que mesmo cheios de remendos

Tem pontas soltas a me ferir por dentro.

Enorme desalento que disfarço com sorrisos

E finjo não estar perecendo.

Srta Cabernet
Enviado por Srta Cabernet em 20/09/2024
Código do texto: T8155568
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