Os mortos em meu peito
Carrego a culpa
dos mortos que não matei
dos sonhos que em mim enterrei
de cada aurora sem propósito que no horizonte se dobra
de cada segundo que sem sentido sem querer vai embora
A vida me parece um remédio amargo
que mesmo sem estar doente sou obrigado a tomar
E o que é a esperança senão um placebo
sem nenhum efeito além do sonho
Estou tentando costurar um tapete dos retalhos em que fui rasgado
Lamentado o engano de quando meus olhos cruzaram os teus
Queria crer que amanhã vai ser um dia melhor
Mas o que faço é suportar mais um dia em que sou obrigado a acordar
Então me vejo longe daquele sonho em que eramos felizes juntos
Queria que fosse real o delírio em que você sorrias ao meu lado
Mas amanhã você com certeza será somente mais uma cruz cravada no cementério de meu coração