Os mortos em meu peito

Carrego a culpa

dos mortos que não matei

dos sonhos que em mim enterrei

de cada aurora sem propósito que no horizonte se dobra

de cada segundo que sem sentido sem querer vai embora

A vida me parece um remédio amargo

que mesmo sem estar doente sou obrigado a tomar

E o que é a esperança senão um placebo

sem nenhum efeito além do sonho

Estou tentando costurar um tapete dos retalhos em que fui rasgado

Lamentado o engano de quando meus olhos cruzaram os teus

Queria crer que amanhã vai ser um dia melhor

Mas o que faço é suportar mais um dia em que sou obrigado a acordar

Então me vejo longe daquele sonho em que eramos felizes juntos

Queria que fosse real o delírio em que você sorrias ao meu lado

Mas amanhã você com certeza será somente mais uma cruz cravada no cementério de meu coração

Denis Glauber da Silva Reis
Enviado por Denis Glauber da Silva Reis em 18/09/2024
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