Noite fria

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Quebrei o silencio imaginário

Que acabrunhava em meus dias

E sorvia a magia das noites minhas

Calando fundo em meu peito

Cortando feito aço, congelado abraço

Compondo rimas sem gosto e sem calor

Em face do antigo e nobre gesto

Do já tão esquecido velho amor.

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Inverno gélido, já não sinto teu calor

tudo de belo, apagado, ali jazia

enfeitando de flores secas e toscas

no véu arrastado de minha Ave Maria

apagando os sóis de luzes foscas

acendendo a esperança vazia

que quedava-se ali, inerte em dor

Naquele frio inverno, nosso elo morria !.

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Seria o mais belo inverno do amor

mas eu ignorava, nem de longe sentia

Transformara-se, todavia, em desamor

E o mais belo elo...entre nós morreria

Antes, nossos passos eram cobertos de cor

Agora, em fracasso, nossas imagens frias.

Soprando ainda, em agreste ventania

prendeste-me na mais profunda trança.

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Da bela façanha, inquieta maestria

das notas mestras e repletas de agonia

Entristecida com tamanha mudança

ganhando o último sopro no final do dia

desenhava nos umbrais, todas as danças

salvando as sobras do desejo que existia

o final daquela eterna magia...em aliança

assim, fez-se o fim, da melhor doçura minha.

.Eny M Miranda – 20/07/2024 -Dir, Aut. Reservados

Eny Miranda
Enviado por Eny Miranda em 31/08/2024
Código do texto: T8141235
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