Por favor, vai embora
Você me escreveu textos
Que nunca ninguém escrevera
Beijou minha boca ontem
E beijaria até nas sextas
Me abraçou apertado
O sorriso embargado
O peito prestes a transbordar
E ainda assim eu fui embora
Sem olhar para trás
Sem ligar no dia seguinte
Te evitei por semanas
Sem nunca me perguntar
E hoje você veio
Com seu jeito divertido
Tentando achar caminho
Nesse seco coração
Mas já digo de antemão
Que sou árvore velha
Terra infértil
Córrego Seco
Minha vida não é um morango
E nem um pêssego
Tudo em volta desmorona
Por favor não se apaixona
Eu sou um caos atrativo
Não se aconchegue no sorriso
Pois aqui só existe a dor