AMOR E DESENCANTO
No jardim da paixão
floresciam sonhos dourados
Mas o tempo, impiedoso
semeou espinhos ocultos.
O amor
como um pássaro ferido, levantou voo
deixando corações em desalento
desamparados.
As juras, outrora doces melodias
agora ecoam vazias
e os beijos, antes ardentes
tornaram-se gélidos.
O encanto se desfez
como névoa ao amanhecer
e o que restou são memórias
fragmentos perdidos.
Nas noites solitárias
os olhos buscam estrelas cadentes
pedindo que o destino
teça novos fios de esperança.
Mas o amor desencantado
é como um livro antigo
com páginas rasgadas
palavras apagadas pelo tempo.
Ainda assim
há beleza na tristeza
na saudade que persiste
pois o amor, mesmo ferido
deixa marcas profundas.
E talvez, um dia
em algum verso esquecido
encontremos a redenção
a cura para nossas almas vagabundas.
Que o amor desencantado
seja o prelúdio de um recomeço
onde corações partidos
possam florescer novamente.
E que, ao final dessa jornada
encontremos a paz
nos braços de um novo amor
mais forte e resiliente.
Mário Margaride (Gilberto Fernandes)
18-07-2024