Queda livre

Corre, corre cão desesperado!

A garganta seca não grita,

Pés descalços não podem contra espinhos,

O coração não pode com o amor.

Onde foi parar o amparo,

Batidas sutis nas paredes da alma,

Sussurros abafados, palavras de amor!

A solidão desperta um fantasma antigo.

Correndo em vão no labirinto,

Sinto o que se perdeu,

Nos olhos as lagrimas se manifestam

Camuflados pela chuva.

Trovões me calaram quando quis gritar.

Raios despejaram vislumbres de tua face,

Na terra infértil enterrei o que restou de nós.

E tudo se tornou tempestade.

Agora que meu chão se partiu,

Despenco no vazio coberto de lama.

Perdido, ferido e entregue, desapareço

Em queda livre.

Poeta do vinho
Enviado por Poeta do vinho em 19/07/2024
Código do texto: T8110191
Classificação de conteúdo: seguro