Queda livre
Corre, corre cão desesperado!
A garganta seca não grita,
Pés descalços não podem contra espinhos,
O coração não pode com o amor.
Onde foi parar o amparo,
Batidas sutis nas paredes da alma,
Sussurros abafados, palavras de amor!
A solidão desperta um fantasma antigo.
Correndo em vão no labirinto,
Sinto o que se perdeu,
Nos olhos as lagrimas se manifestam
Camuflados pela chuva.
Trovões me calaram quando quis gritar.
Raios despejaram vislumbres de tua face,
Na terra infértil enterrei o que restou de nós.
E tudo se tornou tempestade.
Agora que meu chão se partiu,
Despenco no vazio coberto de lama.
Perdido, ferido e entregue, desapareço
Em queda livre.