Floral do Desamor

Doei-me os olhos para veres magnólias

Tiveste a boca de carne lascívia

Sorriste na fragrância que sorria

O beijo e o toque de nossas prosódias

Um dia peguei crisântemo no céu

E a Lua magoou-me o corte de míngua

Fitei no amargor circular anel

Saturno casar-te o gosto da língua

Deste o teu odor leve ao crápula

Que me nauseia a narina da memória

Cresci sem ter amor de nossa fábula

Enquanto teu jardim te planta história

Minha terra natimorta vive só

Choro-me nas rosas por ser jazido

O espírito girassol virar pó

Amai-me o que poderia ter sido

Coração de batimento relutante

Viajo entre galáxia de floresta

De flor sem pétala amante

A tristeza mais fúnebre e funesta

É que amar-me se faz tão necessário

Traio-me inalando a vil morte

Perecendo no enredo nada hilário

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 23/06/2024
Código do texto: T8091933
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