- Duas taças de vinho e um silêncio mortal ...
No crepúsculo, brilham taças de vinho,
Rubras como o amor que já se perdeu,
Nas sombras do silêncio, em tom daninho,
O que foi chama, agora se morreu.
Olhares que outrora eram labaredas,
Tremem agora, frios, sob o véu cincento
De um silêncio mortal, sem mais veredas,
Que se impôs, cruel, no triste céu.
Duas almas, em tempos entrelaçadas,
Hoje se encontram em campos distantes,
Separadas por mágoas, desgastadas.
O que resta são brindes agonizantes,
Memórias pálidas, já desbotadas, nulas,
Dos amores que foram tão vibrantes.
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